domingo, janeiro 22, 2006

 

Nota do dia

Em dia de eleições costumo ver amigos, muitos amigos, que têm um modo de ver o mundo e a vida semelhante ao meu. Estava habituado a trocar opiniões nos longos corredores do Liceu Alexandre Herculano, depois de votarmos. E, cumprido o distanciamento regular, esperávamos uns pelos outros em frente a essa Escola para aventarmos hipóteses sobre os resultados eleitorais. Hoje, não encontrei os meus amigos. Cumpri o horário de outras ocasiões. Esperei por eles das 11h às 12h3o m. na ânsia de uma saudável cavaqueira. Praticamente, alguns deles, só os vejo nestas ocasiões. Já não moram nos mesmos sítios, nem frequentam os mesmos cafés. Gostava de trocar opiniões, não só sobre a as eleições, a sua importância, mas também, sobre o artigo de António Barreto (“Norma de execução permanente”) que, hoje, vem no “Público”. Os meus amigos não compareceram e isso representa, para mim, o prognóstico já esperado: ganhou estas eleições quem tinha fixado o seu eleitorado e os indecisos tomaram a decisão de não comparecerem. Valeu ao menos a leitura do artigo de António Barreto.
Já perto de casa encontrei uma velhinha amiga que espelha no rosto a pobreza envergonhada, e, em outros tempos, foi regente escolar. Perguntei-lhe se já tinha votado. Respondeu-me: «não adianta, nós não riscamos nada». Lembrei-me, então, de comprar o livro “A Transformação da Política” de Daniel Innerarity, cuja recensão fui lendo no referido jornal. É necessário perceber por que a falta de comparência vai determinando o nosso Futuro.

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