sábado, setembro 03, 2011

 

Duas tradições liberais que não devem ser metidas no mesmo saco.

“Menos estado, mais sociedade”. É um chavão que a torto e a direito é esgrimido pelos novos-ricos do intelectualismo orgânico. Tomam, como tendo o mesmo sentido, duas raízes do liberalismo distintas: americana e europeia.

Foram razões de tipo económico que estiveram na origem dos Estados Unidos. Foi a exigência de mais liberdade económica que fundou os E.U. Representa uma relação entre governantes e governados. O liberalismo europeu apoia-se na ideia de emancipação política relativamente aos imperialismos. Foi um princípio legitimador da autonomia dos estados. Nada tem a ver com o slogan:”menos estado e mais sociedade”. Tem mais a ver com um princípio moderador da razão de estado, com as liberdades cívicas (Locke, ,Adam Smith, Ricardo, Montesquieu, etc), do que com um manifesto de orientação política da economia. Por isso, nunca pôs em causa o princípio fundador de um bom governo: diminuir o sofrimento dos que mais sofrem.

Se não há soluções milagreiras, a disciplina financeira neoliberal deve ser posta em causa. Significa importar o “fato”de Milton Friedman que não se ajusta ao melhor do nosso modo de ser. Isso não deu certo no Chile e não dará certo entre nós. Representa um retrocesso: deitar para o caixote do lixo princípios do estado social que só honram a luta que os nossos melhores antepassados travaram por um mundo mais justo e mais humano.

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