quinta-feira, junho 02, 2011

 

Algo de útil e pedagógico.

Na Rua de Santa Catarina deparei-me, de supetão, com uma triunfante multidão de laranjinhas que festivamente aguardava Passos Coelho junto ao Café Majestic (ícone da Arte Nova no Porto e da tradição das tertúlias, em que pontuaram, em tempos, Teixeira de Pascoais, José Régio, António Nobre e até Gago Coutinho). Esta multidão triplicava, sem exagero, a arruada de Sócrates (um apinhado montão de bandeiras, numa estratégia, que lembrava "Leni" Riefenstahl, favorecendo um plano que levava as câmaras de filmar das televisões a fazer crer que se tratava de uma multidão que não existia, bem ao estilo socrático).


Fugindo a esse impacto, esgueirei-me apressadamente para Santo Ildefonso. Aqui tive a oportunidade de assistir a uma pedagógica perfomance sobre a violência doméstica, com a colaboração da PSP. O público espreitava pelas brechas da cobertura de uma estrutura que servia de cenário a um casal desavindo representado por actores de “A Pele” (Associação Cultural). Os agentes distribuíam um postal que esclarecia a representação e entregavam uma colher para ser atirada, através das brechas, aos autores, desconstruindo, simbolicamente, o velho ditado “entre marido e mulher, ninguém mete a colher”.

Ali estive e senti-me feliz. É que no meio de um medonho ruído que percorria a Rua Santa Catarina, havia qualquer coisa de útil e pedagógico: a sensibilização teatral para a luta contra a violência no seio familiar.

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